segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Túnel do tempo: Rio Pomba

Hoje definitivamente estou nostálgica. A possibilidade da perda a incerteza do "quando" me consomem e passei o dia chorando pelos cantos.

Lembrei dos tantos anos que passei em Rio Pomba, todas as férias religiosamente e feriados até os meus 17 anos de idade. E olha que sou do tempo em que quem passava direto ficava de férias dezembro, janeiro E fevereiro. Aulas começavam em março e julho, pelo menos 3 semanas de férias.

Quase não tenho fotos de lá, mais aquelas fotos tiradas dentro de casa. Acho que de tanto ver o mesmo lugar tantas vezes você se esquece de enxergá-lo.

Cheguei em casa pensando em escrever esse post e onde estariam as duas fotos que mais gosto com meus avós e achei uma pastinha com as fotos que a Nataliya, minha amiga que passou o natal conosco, tirou. Enquanto eu cochilava, ela saía pelas ruas com a máquina e fotografou coisas que eu me esqueci de enxergar...


Adorava pular essa calçada aí da direita porque era alta...


Essa rua me lembra o caminho para visitar uma das pessoas que eu mais gosto. Mesmo não tendo filhos ela tinha milhares de livros de criança, era capaz de passar horas lá. Ela tá super doente e mal tive tempo de vê-la...


Ainda me lembro de quando o leite era entregue assim todos os dias. Hoje em dia é raro...

Nunca vi tantos fuscas (em bom estado ou não) quanto aqui. Nataliya estava alucinada com eles.


Posso dizer que fui "criada" nesta cidade, já que pelo menos 1/3 da minha vida foi aí: correndo nessas pracinhas, me escondendo no taxi do meu avô para passear (e deixando minha mãe desesperada por HORAS).



Me lembro claramente do dia em que me escondi no taxi pela primeira vez. Não tinha mais que 4 anos. Meu avô foi buscar algum cliente para levá-lo a outra cidade e no meio do caminho gritei SURPRESA! Meu avô não deu a meia volta, passou a tarde inteira comigo e quando voltou minha mãe estava quase afogada em lágrimas.

Eu aprontei muito.

Essa aqui é da casa onde foi o primeiro escritório de venda de carros da FORD em Rio Pomba, há mais de 80 anos. Meu avô chegou a ter um muito parecido como este: o Ford 29. Eu cheguei a ver esse carro na garagem. Pena que nunca fotografei...


Escondi o terço de minha avó e o menino jesus pois dizia que ela rezava mais do que dava atenção aos netos. No dia em que minha avó disse que eu estava grande para dormi com ela e meu avô, tranquei eles njo quarto e meu avô teve que pular a janela (nego até hoje). Taquei fogo no que não devia, matava todo mundo de vergonha. e ainda assim era a favorita do meu avô.

E olha que fui batizada, fiz coroação de Nossa Senhora... nessa igreja aqui:


E pra quem duvida, olha aí a "santa". Ninguém pode dizer que eu não era um "anjo"...


Nesse dia aí, me lembro como se fosse hoje: terminada a cerimônia de coroação os anjinhos jogavam pétalas de rosa do altar e eu, capeta que só, zuni o pratinho na igreja: "era um disco voador mamãe"! Ainda bem que Nossa Senhora perdoa as crianças pela coroa quebrada...

Baguncei muito esse coreto aqui... lembro como se fosse hoje do eco dos sapatos dentro dele.


Perdi a conta das vezes que desci essa ladeira (praticamente 45 graus) de bicicleta desde lá de cima e só paramos quando uma amiga capotou e se ralou toda, e foi proibido. Fui manobrar o carro no sábado passado e quando comecei a subir desisti de medo. Nessa hora percebi como criança não tem medo do perigo e como eu era DOIDA.


Agora imagine o pior: DESCER essa ladeira de carro?? Mas segundo consta, ninguém nunca capotou aqui.

Esse aqui era meu avê:


E essa aí de gesso na perna era minha avó.


Ah sim: A CULPA NÃO FOI MINHA!

Estou muito triste porque esse ano não estava bem, e isso antes de saber que a casa da minha infância vai se desfazer e nunca mais conseguirei reuinir todo mundo. Nos últimos anos só mesmo minha família, a de minha madrinha e minha tia tem se reunido lá.

Mal vi meus primos, e olha que a cidade é pequena. Muitos apareceram na noite de natal mas eu já tinha dormido e não consegui acordar.

E essa foto pelo visto será a última. E vai ser a primeira que imprimo desde que comprei minha câmera digital.


É isso pessoal, vou dormir que está na minha hora.



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