segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Voltando pra casa... outra vez!


Depois de um dia maravilhoso e incrível em Paracas, me despedi dos amigos que ali fiz, Louise e Paul, uma Irlandesa e um Escocês, fomos para a rodoviária para pegar o ônibus para Lima (antecipamos) como sempre pela nossa querida companhia Cruz del Sur.

Mas ha hora de subir no ônibus o stress voltou a nos perseguir: subo no ônibus com Amy e descubro DUAS pessoas em nosso lugar. Como assim?

Converso com a atendente longamente e ligeiramente desesperada, pois estamos cansadas e precisamos voltar para Lima pois meu vôo é 12:45!

E depois de muitos rádios passados sem solução acaba que eu mesma descubro qual foi o erro: quando chegamos em Paracas, compramos a passagem e a ANTA do atendente nos vendeu um bilhete pro MESMO DIA!!! Como pode alguém chegar às 16:30 na cidade e pretender ir embora às 18:30?

E só tinha uma vaga no ônibus. Como eu tinha que ir de qualquer jeito e minha amiga já estava se estressando, me ofereci para ir sentada na escada ou no banquinho com o motorista, e ante meus apelos chorosos ele cedeu! Me senti pegando carona com um caminhoneiro, sentada ali na frente!

Conversamos longamente por quase 4 horas de viagem, ele foi super simpático e ainda providenciou pra mim um lanchinho de bordo. rs

Chegamos no terminal da empresa, desembarcamos e a tia de Amy já estava lá nos esperando. Fomos para casa, dormimos e, no dia seguintem reorganizando malas, guardando presentes, lembranças, recuerdos... nem jantar aguentei.

No dia seguinte acordamos, tomamos café, conversamos e rimos horrores de tudo que se passou. Amy e sua prima foram comigo até o aeroporto e ficaram comigo até a hora de embarcar.

Fiz as últimas comprinhas (garrafinhas de pisco pro meu pai e pro meu estagiário) e fui, no último minuto. Última passageira a sentar. :)

Entrei no avião já sentindo saudades do peru, de Amy, das tias dela e das minhas férias. 10 dias não é quase nada!

Apesar dos perrengues, das dores de cabeças e dos aborrecimentos, é uma viagem incrível, recomendo a todos! Mas tem que aprender a abstrair e, como diria meu amigo Dudu, permitir um pouco de Whatever na sua vida.

Afinal, na pior das hipóteses você está de férias e fora de casa. E isso é muito melhor que qualquer outra coisa. Ao menos pra mim. :)

sábado, 10 de outubro de 2009

Paracas


Paracas é uma pequena cidade situada no litoral norte do Peru, a poucas horas da Capital Lima. Estamos quase no fim da viagem.

Chegamos lá sem nada reservado a não ser os dois tours que eu tinha visto com uma amiga: Islãs Ballestas e Reserva nacional de Paracas. Chegamos no final do dia, com o sol se pondo e pela primeira vez eu avistei o Pacífico, magnífico!

Depois de muita alguma confusão pois viemos com amigos e ninguém queria pagar 40 soles num hotelzinho razoavelmente confortável e com um belo café da manhã, acabamos ficando num hostel meio muquifo por 25 soles cada SEM café da manhã, que nos custou mais 8 soles, total de 33 soles. Como não queria me estressar, foi esse mesmo. Mas para os outros 7 soles poderia fazer muita diferença, então...

Largamos as coisas e fomos dar uma volta na beira da praia. Para quem gosta de frutos do mar, Paracas pode ser um paraíso: pescado, camarões, lagostas, ostras e o ceviche, item famoso da culinária local.

No dia seguinte, findo o café da manhã na beira da praia, entramos na fila para pegarmos os barcos para as Islas Ballestas, um santuário de preservação animal.


No caminho até o píer, muitas gaivotas sobrevoando a área e VÁRIOS pelicanos com cara de pidão, perseguindo algumas pessoas que traziam baldes de peixes para conseguir alguns soles em troca de fotos de pertinho com os mesmos... confesso que deixei um sol com eles.


Chegando ao local, em cima das pedras estão milhares de aves com seus ninhos e filhotes: Pelicanos, Gaivotas, Albatrozes e... pingüins! E também leões marinhos, muito embora muitos ali pareçam focas, bem, whatever.É algo maravilhoso de se ver e único!





Imprescindível levar sua câmera e um chapéu para cobrir a cabeça. Just in case...

Ao retornarmos, fizemos um breve lanche e já partimos para o passeio na Reserva nacional de Paracas.


Esse confesso que nem teve tanta graça. Visual lindo, mas um vazio... quase não se vê animais, praticamente um deserto com falésias e mirantes de onde se pode ver o pacífico verdinho se chocando nas pedras.


Um pouco mais a frente, nos aproximamos de praias onde leões marinhos podem chegar pertinho da gente... mas é bom ter cuidado, pois eles são agressivos e atacam, ainda mais com filhotes.


A parada seguinte foi num local onde só existem 3 restaurantes (CAROS) e banheiros, não nos deixando muita escolha. E como não tinha frango, fiquei a ver navios, ou melhor, mordiscando pipoca feita com choclo, o milho gigante que tem no Peru.

Aqui também há muitos pelicanos e eles são terríveis, passam do seu lado e olham pra tudo que está em suas mãos, esperando por comida, pior que cachorro vira latas.


Esta foto demonstra exatamente o que vi: vários deles parados em frente à porta da cozinha de um restaurante, aberta, esperando algum resto de peixe.

A parada final foi no observatório de aves e mais uma grande frustração: a área de observação era limitada e de onde estávamos, nada conseguíamos ver, andei mais de 800 metros a toa. Nem um binóculo!


Segundo o guia, às vezes às aves costumam se aproximar, mas como a maré estava baixa, elas ficam onde ainda tem água. O máximo que cheguei perto dos flamingos foi nessa foto, forçando o zoom em 10X. Ainda bem que tirei várias fotos do flamingo de estimação em Uros.


E, pra finalizar, finalmente experimentei a Inca Cola e vou dizer, gostei!


Pegamos o último ônibus e fomos para Lima... está acabando... :~(



sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Nazca


A viagem de Arequipa para Nazca transcorreu na mais perfeita tranqüilidade.

De fato a Cruz Del Sur era tudo que foi prometido e mais um pouco: serviço de bordo, cadeiras confortáveis, banheiros decentes. Mal vi o tempo passar. Desmaiei e quando acordei, eram 08:30 da manhã em Nazca.

Tínhamos comprado um “pacote” achando que seria jogo em Arequipa mas depois vimos que não era tanta vantagem assim: por 70 dólares conseguimos o vôo em Nazca, transfers, visita ao cemitério da Chauchilla e mais dois tours que faríamos em Paracas.

Chegamos em Nazca e nada do transfer mas, felizmente, tudo se ajeitou: nosso contato, o Sr. Fernando era bem conhecido na localidade e logo logo entramos em contato com ele, que enviou um taxi para nos buscar: seu carro (MUITO ANTIGO RS) havia quebrado.

O Sr. Fernando é dono do Hostal Camiluz em sua própria casa, extremamente agradável, super confortável e com wi-fi RS.

Fomos recepcionados com um belo café da manhã que pagamos à parte, os melhores 6 soles gastos na minha vida: pão quentinho, café, mate, suco, ovos mexidos, geléia e batatas cozidas! Tomamos uma chuveirada e pegamos o transfer para o Aeródromo de Nazca para fazer o famoso vôo sobre as linhas da Nazca.

Apenas para constar: você pode contratar o passeio diretamente lá por 40-45 dólares e o taxi até o local não dá mais que 8 soles cada trecho.

Se você é fresco e enjoa fácil, tome um dramim e não tome café da manhã antes, pois o avião é mínimo, daqueles para 6 pessoas e ele vira....



Como tenho estômago de ferro, não tive problemas, pelo contrário, ainda devorei um mixto quente minutos antes da decolagem.

Minhas palavras são: incrível! Não há como ir ao Peru e não ver isso de perto com seus próprios olhos. Espero que vcs consigam enxergar nas fotos diminutas, RS.


Baleia

Astronauta

Macaco (meu favorito!)

Cachorro

El Condor

Vaso com planta

Aranha

Papagaio (El loro)

Beija Flor

Mãos

Árvore

Pássaro

Todas as fotos foram tiradas na minha máquina. :)

Findo o passeio, voltamos ao Hostal para o café da manhã propriamente dito; no meu caso, o round 2 e dali voamos para o tour ao cemitério da Chauchilla.


Trata-se de um cemitério com restos de uma civilização pré-inca (ao menos foi o que os guias me disseram), infelizmente alvo constate de saques.



Curioso notar que, pelas fotos, o rastafáris já existem bem antes da Jamaica...


Findo o dia, com tudo adiantado, corremos para a Rodoviária e conseguimos antecipar nosso ônibus das 16:30 para as 14:30.

Destino? Paracas.

Praticamente desconhecido por todas as pessoas que conheço que já foram ao Peru, inclusive minha companheira de viagem (e olha que ela é de família Peruana), tornou-se a agradável surpresa da viagem. Uma paisagem bem inesperada no Peru.

Fui!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Arequipa!

Retornando do tour de Taquilles, já com o bilhete de ônibus comprado, partimos para Arequipa.

Escolhemos a companhia “menos pior” que era a Sur Oriente, a módicos 30 soles a passagem no serviço “VIP”, no 1º piso. Conforto mínimo, ao menos tinha calefação e o ônibus era menos pior que o San Luis que nos trouxera a Puno.

A viagem foi razoavelmente tranqüila, teve apenas uma parada em Juliaca (obrigatória) e seguimos direto para Arequipa (graças a Deus). Banheiro sofrido, mas desta vez, tendo aprendido a lição, comprei meu rolo de papel higiênico e sorri para a vida. Chegamos no horário previsto, por volta das 4 da manhã.

Arequipa, também conhecida como a cidade Branca, é rodeada por volcões; logo está sujeita a constantes atividades sísmicas. O mais famoso deles é o El Misti, cartão postal da cidade, e tido como um vulcão “perfeito”. A apelido “cidade branca” se deve à cor das rochas vulcânicas muito comuns na região.




O hostel escolhido foi o Arequipay Backpackers, que ficava na Calle Cruz Verde, extremamente perto da Plaza de Armas, mas conforme consta do site, está de mudança. Independente de onde eles estarão, o que mais agradou lá foi o clima, a prestatividade e o carinho com que fomos recebidas e muito bem tratadas por Evelin e sua equipe.

Nem mesmo o fato dos banheiros serem fora do quarto tirou o meu bom humor. Tudo estava sempre muito limpo e arrumado, café da manhã caprichadinho, wifi de graça, internet de graça e um balcão de excursões a preços convidativos. E tudo isso por módicos 9 USD a diária.

Como chegamos de madrugada, dormimos, demos uma volta na Plaza de armas pela manhã e de tarde, e fizemos o city tour no ônibus de dois andares. Relativamente barato (30 soles), pegamos o que tinha mais opções de paradas e confesso que achei bem legal.

Além de todos os pontos turísticos, conhecemos todos os bairros de Arequipa (praticamente), desde os chiques aos mais simples, sendo o ponto alto o mirador de onde se avista o Vulcão El Misti e os outros ao redor.


El Misti

O ônibus que escolhemos, o amarelo, ainda ofereceu água sem gás, viseira e mantinha pro frio que fazia no andar superior, além dos fones de ouvido para ouvir as explicações dos guias.

O plano seguinte era fazer o trekking no Colca Cânion, mas como minha companheira de viagem estava indisposta e tinha que ver coisas de trabalho, optei pelo tour de 1 dia, de van. É legal, mas nem se compara. Nem em sonhos.

Os Cânions mais típicos, os redondos, mal são quase avistados neste circuito. Mas há muita coisa legal também. A única coisa chata é que se sai de madrugada, pois os Cânions ficam na proximidade de Chivay, a 3 horas de Arequipa, mais ou menos.


Primeiro fomos ao Mirador Del Condor, onde podemos vê-los sobrevoando de pertinho. Dei sorte de ver mais de 9 ao mesmo tempo, é simplesmente lindo!




E como em qualquer lugar no Peru, onde tem ponto turístico tem... barraquinha. E si, lá fui eu barganhar.

Dali paramos em vários pontos para vermos os cânions, onde os incas construiram os andeles, terraços para plantio de alimentos, a grande maioria abandonados, mas alguns em pleno funcionamento. Paramos para almoçar num restaurante (não incluso) muito gostoso e, depois, para um banho de águas termais. E dali voltamos. Podia ter sido melhor.

No dia seguinte fizemos um rafting nas proximidades, sugestão da minha amiga. Eu que nunca tinha feito, caí dentro! Literalmente.


Foi bem bacana mas muito cuidado se vc não está acostumado. Apesar de seguir todas as ordens do comando do barco, caí na água e acabei sendo empurrada para debaixo do bote. Só sobrevivi pois tive calma suficiente para puxar o ar e fôlego para aguentar mais de um minuto presa ali embaixo. Bem difícil de sair com aquele colete preso no seu peito e me empurrando contra o bote mas, no final das contas, tudo deu certo e eu estou aqui para contar a história. :)

Findo o dia, só nos restou descansar, um belo jantar e nos preparar para a próxima jornada: Nazca!

E desta vez de Cruz del Sur! :)

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Viajando de ônibus no Peru.

Aliás, outro detalhe que esqueci de contar no post anterior, reforçando meu aviso: SÓ COMPRE PASSAGEM NA RODOVIÁRIA.

Lembram que contei num post anterior que comprei no Hostel duas passagens da cia Tour Peru para Puno e que me colocaram num ônibus furreca e sem ar condicionado e banheiro? Antes de partir para Uros fui no balcão da Tour Peru reclamar que eu tinha comprando uma passagem deles para um ônibus com ar condicionado.

Chegando lá exibi o voucher ticado e o bilhete que nos foi entregue. A moça explicou que no Peru muitas companhias tem o hábito de "vender" o passageiro para outras companhias quando o ônibus não enche, mas que esse não era o caso da companhia deles.

E na hora detectou o problema: o voucher não era o voucher oficial: enquanto o nosso era azul, o deles era vermelho: o que ocorreu era: a agência tinha o contato com o balcão da tour peru e vendeu para a gente a passagem de OUTRA companhia...

Perguntei o preço da passagem deles e aí veio a raiva: no 2º piso era 20 soles e no 1º piso 30 soles e pagamos 40 soles, ou seja, 10-20 soles de comissão!! Morri de raiva!

Não satisfeita, fui no balcão da San Luis e perguntei o preço das passagens lá: 15 soles 2º piso e 20 soles 1º piso. Fomos mais que enganadas, fomos SUPER enganadas. Deu muita raiva mas guardei tudo comigo.

Na primeira oportunidade que tive de me sentar em frente a um computador, escrevi um email criticando a conduta desonesta da agência pela propaganda enganosa e exigi meu dinheiro de volta. Muito sem graça, a mocinha confessou que 10 soles foi a comissão da agência e que o restante foi entregue à companhia de ônibus.

Como boa advogada que sou, joguei que como consumidora eu tinha direito à informação adequada do serviço contratado e que eles eram responsáveis também e que, se não podiam devolver a passagem, que devolvessem a comissão, ou eu iria ao Ofício de Turismo dar uma queixa formal... e consegui!

Quando cheguei em Arequipa recebi um email deles e recebi a restituição através da agência de um amigo deles.

Reclamar adianta sim senhor.

Taquilles

Continuando o tour (e para nossa decepção), saímos de Uros bem cedo, pois Taquilles fica a apoximadamente 3 horas de barco e, por isso, não podemos curtir um pouco mais, nem fazer o passeio na canoa de totora.

Pegamos as coisas e tomamos o barco.

Como todo pobre que se preze, adoro uma laje e foi ali que viajei, curtindo o visual...


Taquilles não chega a ser uma furada mas também não é nada "oh". É uma ilha normal, num lugar com uma vista incrível e águas de uma cor inacreditável, para um lago. Que aliás, é o lago mais alto do mundo.


O curioso desta ilha é tão somente os resquícios da cultura do povo que habitava ali.

Segundo conta o guia, "Taquilles" é o sobrenome do espanhol que comprou aquela ilha onde vivia mais um dos povos com raízes quechua sendo a característica local as roupas típicas mais ou menos idênticas: blusas, calças, coletes, saias, chapéus, diferenciando apenas cores que indicavam a condição social, no caso, casado ou solteiro.


Os de lenço vermelho na cabeça são solteiros. Alguém se habilita?

E a ilha é isso. Um lugar quase árido e rochoso, pouca terra cultivável. Os nativos sobrevivem da criação de ovelhas, sendo o principal produto da ilha os produtos de suas tecelagens ultra-coloridas. Mas aviso, aqui não é lugar para recuerdos, tudo é MUITO mais caro.



Nesse passeio se almoça na ilha em um dos restaurantes típicos onde se serve.... truta e para quem não come, omelete, com arroz, batatas, alguma salada.

É um passeio que rendeu belas fotos, mas não faria de novo, como o que fiz às Islas de Uros.

E a dica: não tire foto de ninguém sem pedir autorização. Se fizer isso furtivamente acabará sendo incomodado por algum nativo exigindo a "propina" pela foto. Ande sempre com várias moedas de 1 sol para poder tirar fotos com eles ou dos animais. É o meio de vida, temos que respeitar.

Para quem pega o pacote de duas noites, existe uma terceira ilha incluída no tour: Amantani, que muita gente diz que não gosta. Saindo de Taquilles, o barco vai pra Amantani, a cerca de uma hora dali e é naquela noite que o turista pernoita e participa de uma fiesta com os nativos, vestindo as roupas locais. Eu penso que seria no mínimo divertido, as fotos que vi eram bastante coloridas e engraçadas.

Dali voltamos para Puno, fizemos hora na rodoviária e pegamos um bus noturno para Arequipa.

Não havia Cruz del Sur dali para Arequipa infelizmente e viajamos de Sur Oriente, comprando bilhetes "bus cama", ou seja, os leitos que ficam no primeiro piso. Ali o ar condicionado e a calefação funcionam, mas o banheiro... continuava uma mierda.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Islas de Uros

Agora começa a parte boa (e que deu razoavelmente certo).

Se você vai á ilha e pretende pernoitar por lá a recomendação que dão à gente é que levemos presentes para as crianças: frutas, balas, lápis de desenhar... tem sempre alguém vendendo isso no cais ou na rodoviária. Comprei e levei porque era de bom tom, mas se vc espera algo realmente rústico, vi se decepcionar. Se abstrair, poderá curtir MUITO.

Segundo consta a história, uma tribo antiga, parente da "quechua" habitava a beira do lago titicaca e, não me lembro exatamente porque, resolveram construir as ilhas flutuantes com a totora, planta que alguns identificaram como junco.


Os nativos descobriram que as raízes flutuavam; então começaram a cortá-las em bloco, unindo-as através de cordas formando plataformas e, em cima delas, jogam a palha da totora: está pronta sua ilha!


As cabanas originariamente, assim como as demais estruturas eram feitas de artesanato com a palha da totora, mas as cabanas atuais, em especial as cabanas para o pernoite dos turistas é de madeira bonitinha, apenas coberta com a totora...

Esquecendo o lado turístico da vida, o por-do-sol que se vê alí é algo inesquecível, um verdadeiro espetáculo, que rende fotos e mais fotos. Impossível não sentar no chão para apreciar as diferentes cores no horizonte.


Ah sim, esqueçam o que eles prometem a você: ninguém dorme na casa da família interagindo como pregam.

A família tem a casa dela, com luz e televisão inclusive e vc fica na sua cabaninha. As crianças são uma graça, brincalhonas e simpáticas mas manter a mala fechada com o cadeado nunca é demais. Uma delas estava brincando na minha cabana e pegou minha lanterna e queria porque queria. Com MUITO jeito convenci-a a trocar por balas e os fantoches de dedo, o que quase me gerou um episódio desagradável. Mas impondo o pequeno limite do cadeado, tudo foi ótimo.

Os moradores da ilha em que ficamos foram super hospitaleiros, nos constaram muitas histórias e foi nessa que descobrimos a "farsa" das ilhas, ou pelo menos daquela: um dos rapazes, que vivia só com a filha, após uma garrafa de vinho contou sua triste história: que tinha ido morar na ilha para trabalhar e ajudar seu irmão que teria "comprado" a mesma. A esposa abandonou-o com a filha pequena pois não queria se submeter àquela vida fantasiosa turística.

Não nego que o lugar era extremamente agradável. Muito frio à noite, mas super agradável de dia. Uma vista linda, céu deslumbrante, um silêncio desconcertante. Digo e repito, minha MELHOR noite de sono em toda a viagem.

Mas viver o dia a dia ali, dependendo de que terceiros tragam comida, água potável e outros víveres não deve ter sido fácil. As crianças estudam em uma escola improvisada em uma das ilhas, onde não há exatamente uma separação por faixa etária, e deslocam-se por botes.


Um lugar divino, mas uma vida dura, muito dura, não é para qualquer um. Mas para aqueles de pouca frescura recomendo uma ou duas noites na ilha que não irá se arrepender.

O artesanato de lá de longe é o mais divino de todos. se existe algum lugar em que você DEVE comprar alguma coisa é aqui.

As pessoas que vivem nestas ilhas, sendo originárias ou não tem uma vida difícil e ralam muito, passam por toda sorte de privação e afastadas da terra, hospitais, e tudo mais. tudo é feito com muito cuidado e com carinho e eles se orgulham do seu artesanato e precisam mais que qualquer outra pessoa que você veja vendendo nas ruas. E são de longe os mais belos recuerdos de minha viagem!

Se você é fresco com a comida, favor abstrair.

No cardápio de jantar só existiam duas opções: truta ou frango frito, acompanhado de arroz com batatas. Truta pescada no lago, bem limpo por sinal. Mas é ali mesmo que eles também fazem suas necessidades...

Eu tinha pedido o frango e abstraí. Tava magrinho e tal, mas comível. Sorte que eu não vi antes a cena que eu vi no dia seguinte: a criança levando o frango na mão, morto, após a mãe ter lavado ele no lago...

Mas quer saber? Amei. Um dos meus passeios favoritos. Se você já for avisado, vai curtir muito mais, sem se decepcionar e não terá dor de cabeça. Vale muito apenas, pelo visual, pela hospitalidade, pelos papos, por tudo.

E as crianças são algo a parte, todas são lindas e fofas, da vontade de levar pra casa, mesmo quando aprontam. Eu e essa daí rolamos MUITO no chão de noite por causa da minha lanterna e depois brincando de pique esconde até altas horas. Saudades desta baixinha, e pena da vida dura que ela leva, sem mãe.



Eu recomendo os sanduíches de lá. De queijo, de ovo ou de azeitona, muito mais saudáveis.

NÃO USE O SERVIÇO POSTAL. É uma fraude para ficar com o seu dinheiro! Por 10 soles eles te dão o postal e colocam na caixa que será levada para terra, para colocar no correio. O rapaz colocou 2 soles em selos e só depois caiu a ficha: 2 soles por uma postagem internacional? Perdi o meu postal e 10 soles. FURADA.


Assim como em Machu Picchu, pra quem não sabe, eles tem "carimbos" para o passaporte 9turístico óbvio0 para dizer que você esteve ali! Para quem pernoita, é de graça. Para que vai apenas de passagem custa 2 soles, mas vale a pena... rs


As cores de os cheiros de lá são tais que não saem da sua memória...



Recomendo também acordar bem cedo para ver o nascer do sol. Inesquecível....


Próximo post eu falo sobre Taquilles, pois esse aqui já está grande demás.