quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Como não mochilar de mala 2 - Chegando lá

1) Escolhendo a Companhia Aérea

Não se iluda apenas com pesquisas de preços na hora de escolher a Companhia Aérea. Tendo em mente que vc vai ficar mais de 10 horas viajando sentado e provavelmente passar uma noite num avião, certas coisas podem fazer a diferença e o conforto na sua viagem. Por exemplo: as companhias brasileiras não são mais baratas que as estrangeiras. MITO.

Sem querer parecer esbanjadora, fui de Air France. 817 dólares a passagem, escrito no site. TAM e Varig começavam em 1000 dólares.

Existem companhias mais baratas. A Ibéria e a TAP, por exemplo, vendiam passagens semelhantes por uma diferença bem inferior a R$ 200.00, só que a economia na passagem pode implicar num desconforto tremendo na viagem.

Eu fui de Air France e digo, melhor coisa que fiz. Serviço de bordo impecável, deram fones de ouvido para ver a mini TV, máscaras, ofereciam jornais e tudo possível para deixar a desconfortável viagem mais agradável.

Todas as refeições divinas, champagne e vinho de primeira e, a dica pra quem vai no vôo noturno, após a meia noite descobri que rola sorvete Haagen Daaz lá nos fundos: acordei no meio da noite e fui convidada pelo aeromoço(a) a pegar um sorvetinho com champagne. Chiquerérrimo.

Já minha amiga Dani que sequer tomou ciência da Air France, pois o agente de viagens lhe empurrou de cara uma passagem da Ibéria a um preço razoável.

Encarou um serviço de bordo péssimo, não muito amistoso, o kiit de viagem (fone e máscara) tinha que ser devolvido ao final da viagem e, pra piorar, a comida não era muito boa e ela foi vítima do que chamou a dieta Ibéria: chegou na Holanda passando mal por 3 dias e emagreceu 2 quilos, não aguentava comer nada.

Outro fator importante na hora de escolher a companhia aérea é pensar em que país você fará a IMIGRAÇÃO.

Pra quem não sabe, o controle de entrada na União Européia é feito no primeiro país em que a pessoa chega e, pela via aérea, em caso de companhia estrangeira será sempre o seu país de origem onde o vôo chega, para depois fazer a conexão para o país de destino, caso vc não fique naquele.

Ou seja: quem vai de Air France, terá o controle de imigração em Paris; quem vai pela Ibéria, em Madrid, pela TAP em Lisboa, pela British em Londres e por aí vai.

A França é um lugar super tranquilo para se entrar. Pude reparar que eles não param qualquer pessoa, não perguntam muito, a mim perguntaram somente o meu destino final e se eu estava protegida por um seguro de viagens e foram super amáveis.

Entretanto, quem entra pela Espanha ou Portugal (Iberia e TAP respectivamente) pode passar por muita dor de cabeça. Por serem os países com língua mais próxima da nossa, são impreterivelmente os destinos de eleição daqueles que tentam entrar clandestinamente na Europa para trabalhar.

Por isso, eles ficam em cima de brasileiros, independente de sua condição financeira, estar bem vestido, ser turista ou estar indo a trabalho, regularmente.

Ao contrário de mim, minha amiga Dani passou perrengue na imigração, criaram caso com ela de todas as maneiras possíveis. Mas não conseguiram, pois ela se resguardou de todos os jeitos: desde voucheres de hostels em nome dela, até os bilhetes de trem com os itinerários entre as cidades escolhidas, cartão de crédito, euros mais que suficiente em VTM com os recibos de câmbio (até com isso implicaram), além do famoso seguro. Na Inglaterra acredito que seja um pouco menos complicado, mas eles estão de olho, vide os incidentes recentes.

No resto da Europa, acredito que não haja problemas. Nem na Alemanha, onde não sei porque passei pela imigração de novo, provavelmente por ter entrado na fila errada, mas fui super bem tratada: o rapaz do balcão olhou meu passaporte e disse Oh, brazilian! Welcome! :)

2) Seguro de viagens

Não basta mais o bom e velho seguro, hoje em dia eles exigem um documento chamadao carta de Schengen ou algo parecido, um seguro especial, uma extensão que aumenta a garantia do seguro saúde em caso de acidentes, você deve exigir isso na hora de contratar o seguro, o que encarece um pouquinho mais.

Ou... você pode fazer como eu, grande curiosa que descobriu que certos cartões de crédito DÃO esse seguro DE GRAÇA pra você, desde que você compre seu bilhete integralmente no cartão!

No meu caso, o Visa Platinum faz isso, independente do Banco , mas acredito que outros façam. Aliás, vários cartões de crédito oferecem até mesmo o seguro ordinário de viagens, comum que serve pros demais lugares e é considerado bom.

Digo isso pois, por acaso, fiz um amigo no Facebook que trabalha na companhia responsável pelos seguros de viagens da VISA, que não é pequena e é algo bem sério lá na Bélgica onde ele mora. E eu LIGUEI pro 0800 de lá e fiz um "teste". :-D

Tendo um cartão legal, você economiza, com isso, até 120 dólares no seguro de viagem e garante umas compritchas no Duty Free na volta, se você for disciplinado o suficiente para não torrar tudo lá fora.

Bem, agora vou pro spinning e ainda tenho que encarar uma chuvinha.

Depois continuo. Fui!

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Como não mochilar de mala - Fazendo as malas



Primeiro post, viagem dupla: fazer um mochilão de mala? Sim eu fiz isso...

Mochilar, ao melhor estilo, implica em viajar pelo maior número de lugares possíveis, sem muito conforto, mas com muita diversão e POUCO peso.

Afinal dependendo do local para onde se vai, como por exemplo a Europa, o preço da passagem não costuma justificar uns poucos dias em apenas uma ou duas cidades.

Assim sendo, na minha primeira grande viagem séria, escolhi a Europa como destino e, a princípio, depois de muitos desenhos e roteiro, optei por França e Benelux (Bélgica, Holanda e Luxemburgo) e apenas as capitais, à exceção da França, pois queria visitar uma grande amiga que morava em Nice.

Estava morrendo de medo pois estava só, não tinha ninguém para ir comigo.

Mas, como toda viagem começa com o primeiro passo, o primeiro foi comprar a passagem: uma vez comprada, não tinha mais volta, eu TINHA que ir. O que ia fazer não importava, mas já sabia quando chegaria e quando voltaria, com 3 meses de antecedência.

O ato seguinte, o maior, senão o único grande erro da viagem foi a decisão do meio de transporte de meus pertences. Iludida com os trens e meios de transporte europeus, resolvi simplesmente comprar uma MALA. Sim, uma mala, grande. Mas ela rendeu bons momentos...

Definido quando e com idéia do onde, comecei a traçar os possíveis roteiros da viagem, que começaria por Nice e deveria terminar em Paris, às 23:15 do dia 11/05/2008.

As fichas começaram a cair e cogitei a hipótese de que talvez fosse complicado ir só e fiz algo que nunca sonhei: postei um anúncio numa comunidade do Orkut procurando companhia para viagem. SIM eu fiz isso. Patético.

Uma semana sem resposta, resolvi ler os outros posts de pessoas com o mesmo destino até que reparei num bem curioso: a pessoa dizia que iria fazer França, Benelux e Voltaria por Barcelona, saindo do Brasil em 19/04/2008 (um dia depois de mim) e retornando 09/05/2008 (dois dias antes de mim).

Fui imediatamente no perfil da pessoa, que não possuía foto de rosto e reparo que a dita cuja está na minha lista de amigos e eis a primeira e mais agradável surpresa da minha viagem: a tal pessoa, com planos tão parecidos era uma recente conhecida, uma amiga que fiz na lista de mensagens de um pessoal de forró e que eu havia conhecido meses antes, quando fui convidada pra um arraiá "particulino".

Mandei um scrap escandaloso, respondido com um escândalo à altura e logo estávamos felizes com a descoberta de alguém conhecido com planos semelhantes. Tal como eu, ela também estava indo sozinha, com medo e, como eu o primeiro passo tinha sido exatamente o mesmo: comprar o bilhete e depois pensar no que fazer.

Pouco mais de um mês depois já tínhamos traçado um roteiro, feito as reservas em albergues, até mesmo comprado passagens de trem, só restando contar os dias.

As dicas, irei passando aos poucos, mas a primeira e mais importante delas: mochilar com mala, por uma questão de conforto e porque não maior comodidade para abrigar roupas e pertences, afinal, tudo e tacado de qualquer jeito no avião não é inviável, mas mala grande não dá!

Aquela malinha lá em cima no post, NOVA, zerinho, da primícia, quebrou a alça retrátil no 8º dia de viagem, no meio da Bélgica, com menos de 25kg presumíveis (segundo o fabricante a mala suportaria até 28kg, excetuando o peso da própria, cerca de 6kg).

Europa não é que nem Rio de Janeiro, onde todo dia tem shopping aberto onde você vai e compra uma mala nova. Bruxellas não tem shopping, quase nada funciona nos finais de semana e minha mala quebrou numa sexta feira, após o expediente comercial...

O que posso adiantar é que essa mala sem alça no sentido literal teve que ser arrastada por 4 países e 5 cidades, me rendeu hematomas em ambas as coxas, muitas dores nas costas e uma lesão na cartilagem triangular do punho, além de consumir cerca de 100 euros meus e de Dani, pois passamos a ter que nos locomover de taxi entre os albergues e estações de trem ou aeroportos.

Mas rendeu muitas, muitas situações cômicas que postarei aos poucos.

A mochila de fato é prática, se você não é uma pessoa muito vaidosa ou se está indo no verão, quando pode usar roupas leves, que ocupam pouco volume e há tempo para parar e lavar roupas. Do contrário, acaba sendo ruim também por causa do peso da mochila, que acabará se transfomando em sérias dores nas costas.

Ainda mais se você for como eu, mulher, acima dos 30, que não resiste a um produtinho de farmácia, vinho e bibelôs, adora uma necessaire bem guarnecida... um pesinho extra é inevitável e nesse caso uma mala média não é inviável, desde que bem organizada, juntamente com uma mochila nas costas. E não se esqueça que vc ainda tem direito à bolsa de mão, além da bagagem de mão e que, esta primeira, eles não pesam...

Aí você se pergunta: depois desse perrengue todo, vc mochilou de novo com mala?

SIM. Mas desta vez com uma mala menor, mediana, que consegui trocar na Baggagio.

Comovidos com minha história, meus hematomas e a ameaça de um processo pelo prejuízo com os gastos de taxi, me ofereceram uma mala menor, do tamanho médio, de qualidade superior e cerca de 120 reais mais cara. Topei na hora e usei ela num mochilão pela Argentina.

Mas essa é OUTRA viagem. :)

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Apertem os cintos!

Depois de alguns beta(blogs)testers, muitas risadas e novos amigos, finalmente concebi a idéia do blog que sempre quis escrever.

Depois da minha primeira viagem séria, comentei com minha companheira de viagem, a Dani, que queria escrever um blog para falar da nossa viagem, repleta de pequenos incidentes, micos, mas que no final deu tão certo que morremos de saudade e não só guardamos ótimas lembranças como faríamos outras de novo.

Depois de muito refletir, pensei: porque ficar só nas viagens, no sentido literal da palavra?

Foi pensando nisso que repensei todo o meu conceito e optei por um tema mais aberto, onde eu possa falar sobre temas mais variados, registrar um pouquinho das coisas que vivi, só ou acompanhada por alguém, afinal, as melhores situações são aquelas em que vc tem um amigo pra te entregar.

Então é isso.

Convidos a todos, amigos, futuros amigos ou meros leitores a viajarem comigo, nas minhas viagens, dicas e causos que registrarei, por aqui, de agora em diante, sempre que possível.