terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Como não mochilar de mala - Fazendo as malas



Primeiro post, viagem dupla: fazer um mochilão de mala? Sim eu fiz isso...

Mochilar, ao melhor estilo, implica em viajar pelo maior número de lugares possíveis, sem muito conforto, mas com muita diversão e POUCO peso.

Afinal dependendo do local para onde se vai, como por exemplo a Europa, o preço da passagem não costuma justificar uns poucos dias em apenas uma ou duas cidades.

Assim sendo, na minha primeira grande viagem séria, escolhi a Europa como destino e, a princípio, depois de muitos desenhos e roteiro, optei por França e Benelux (Bélgica, Holanda e Luxemburgo) e apenas as capitais, à exceção da França, pois queria visitar uma grande amiga que morava em Nice.

Estava morrendo de medo pois estava só, não tinha ninguém para ir comigo.

Mas, como toda viagem começa com o primeiro passo, o primeiro foi comprar a passagem: uma vez comprada, não tinha mais volta, eu TINHA que ir. O que ia fazer não importava, mas já sabia quando chegaria e quando voltaria, com 3 meses de antecedência.

O ato seguinte, o maior, senão o único grande erro da viagem foi a decisão do meio de transporte de meus pertences. Iludida com os trens e meios de transporte europeus, resolvi simplesmente comprar uma MALA. Sim, uma mala, grande. Mas ela rendeu bons momentos...

Definido quando e com idéia do onde, comecei a traçar os possíveis roteiros da viagem, que começaria por Nice e deveria terminar em Paris, às 23:15 do dia 11/05/2008.

As fichas começaram a cair e cogitei a hipótese de que talvez fosse complicado ir só e fiz algo que nunca sonhei: postei um anúncio numa comunidade do Orkut procurando companhia para viagem. SIM eu fiz isso. Patético.

Uma semana sem resposta, resolvi ler os outros posts de pessoas com o mesmo destino até que reparei num bem curioso: a pessoa dizia que iria fazer França, Benelux e Voltaria por Barcelona, saindo do Brasil em 19/04/2008 (um dia depois de mim) e retornando 09/05/2008 (dois dias antes de mim).

Fui imediatamente no perfil da pessoa, que não possuía foto de rosto e reparo que a dita cuja está na minha lista de amigos e eis a primeira e mais agradável surpresa da minha viagem: a tal pessoa, com planos tão parecidos era uma recente conhecida, uma amiga que fiz na lista de mensagens de um pessoal de forró e que eu havia conhecido meses antes, quando fui convidada pra um arraiá "particulino".

Mandei um scrap escandaloso, respondido com um escândalo à altura e logo estávamos felizes com a descoberta de alguém conhecido com planos semelhantes. Tal como eu, ela também estava indo sozinha, com medo e, como eu o primeiro passo tinha sido exatamente o mesmo: comprar o bilhete e depois pensar no que fazer.

Pouco mais de um mês depois já tínhamos traçado um roteiro, feito as reservas em albergues, até mesmo comprado passagens de trem, só restando contar os dias.

As dicas, irei passando aos poucos, mas a primeira e mais importante delas: mochilar com mala, por uma questão de conforto e porque não maior comodidade para abrigar roupas e pertences, afinal, tudo e tacado de qualquer jeito no avião não é inviável, mas mala grande não dá!

Aquela malinha lá em cima no post, NOVA, zerinho, da primícia, quebrou a alça retrátil no 8º dia de viagem, no meio da Bélgica, com menos de 25kg presumíveis (segundo o fabricante a mala suportaria até 28kg, excetuando o peso da própria, cerca de 6kg).

Europa não é que nem Rio de Janeiro, onde todo dia tem shopping aberto onde você vai e compra uma mala nova. Bruxellas não tem shopping, quase nada funciona nos finais de semana e minha mala quebrou numa sexta feira, após o expediente comercial...

O que posso adiantar é que essa mala sem alça no sentido literal teve que ser arrastada por 4 países e 5 cidades, me rendeu hematomas em ambas as coxas, muitas dores nas costas e uma lesão na cartilagem triangular do punho, além de consumir cerca de 100 euros meus e de Dani, pois passamos a ter que nos locomover de taxi entre os albergues e estações de trem ou aeroportos.

Mas rendeu muitas, muitas situações cômicas que postarei aos poucos.

A mochila de fato é prática, se você não é uma pessoa muito vaidosa ou se está indo no verão, quando pode usar roupas leves, que ocupam pouco volume e há tempo para parar e lavar roupas. Do contrário, acaba sendo ruim também por causa do peso da mochila, que acabará se transfomando em sérias dores nas costas.

Ainda mais se você for como eu, mulher, acima dos 30, que não resiste a um produtinho de farmácia, vinho e bibelôs, adora uma necessaire bem guarnecida... um pesinho extra é inevitável e nesse caso uma mala média não é inviável, desde que bem organizada, juntamente com uma mochila nas costas. E não se esqueça que vc ainda tem direito à bolsa de mão, além da bagagem de mão e que, esta primeira, eles não pesam...

Aí você se pergunta: depois desse perrengue todo, vc mochilou de novo com mala?

SIM. Mas desta vez com uma mala menor, mediana, que consegui trocar na Baggagio.

Comovidos com minha história, meus hematomas e a ameaça de um processo pelo prejuízo com os gastos de taxi, me ofereceram uma mala menor, do tamanho médio, de qualidade superior e cerca de 120 reais mais cara. Topei na hora e usei ela num mochilão pela Argentina.

Mas essa é OUTRA viagem. :)

Um comentário:

  1. Adorei o estilo narrativo e acho que seu blog vai ser muito útil para quem planejar viagens parecidas!

    Hehe! Pagar o mico de contar os seus micos vai poupar muita gente de hematomas e de repetir seus micos ;-)

    Depois conta qual é a mala com alça que vc pegou e que está dando certo.

    ResponderExcluir