Muitos amigos e leitores que me escrevem invariavelmente perguntam: você viajou com quem, como conseguiu companhia? E muitos se assustam quando digo que ultimamente tenho viajado sozinha.
Na minha primeira ida à Zoropa tive a companhia de Dani e na ida à Argentina da Sandrinha, que me pegou no meio da viagem, no meio do bonde andando.
Na primeira viagem encontrei pessoalmente um amigo de anos, o Tom. Ele é belga e nos conhecemos nos áureos tempos de BBS e da Fidonet, em meados de 1996 e desde então sempre nos correspondemos através desta curiosa rede interna ao BBS, uma prévia da internet que estava por vir. Cartões postais, ICQ, MSN, SKYPE e 13 anos depois a amizade continua, a gente se fala.
Em 2008 fui gentilmente convidada pelo mesmo e sua esposa Qing para visitá-los na Alemanha e para ali fui, ficando por dois dias na agradável cidade de Poing (sim, fica na Alemanha e não é uma colônia chinesa) e dali um breve pulo em Munique e Gramasch para conhecer Zugspitze, o ponto mais alto da Alemanha e meu primeiro contato com a neve.
Fui chamada de louca varrida por estar indo ao encontro de um “desconhecido”, mas felizmente meu feeling para amizades NUNCA falhou e nunca me decepcionou. Com ele não foi diferente. Foram 3 dias mágicos.
Tom, ich schreibe diesen Blog erzählt von meinen Reisen sowie Tipps und dieser Stelle ist zu allen meinen Freunden traf ich bei meinen Reisen gewidmet. Ihre Freundschaft ist etwas ganz Besonderes für mich, es war fantastisch, Sie persönlich nach all den Jahren! Wir hoffen, Sie wieder treffen und können nicht warten, Sie kennen zu lernen und Qing hier in Brasilien! : D
我喜歡你見面也清!我想念你們,真的希望有一天,你可以來參觀我在巴西或見我,我在歐洲旅行!明年我會回來的。不久,我會告訴你在那裡我會!原諒我那可憐的中國。口袋當然並不好。 ;-)))
Esse ano, em maio, viajei sozinha para a Itália e ali, no café da manhã, catei minha companhia de cada dia, uma carinha nova a cada dia no facebook trocando mensagens comigo.
Algumas foram bem especiais, que são a Rebekka, Amy e a Nataliya.
Conheci Rebekka logo que cheguei em Florença, no primeiro dia, no ponto de ônibus em frente ao Hostel onde fiquei e foi minha companhia diária na cidade.
Nos divertimos muito, rimos até dizer chega, pagamos alguns micos, compramos até o mesmo pullover em Florença, na Piazza Michelangelo, o local mais barato de todos! (Barraca do Pablito).
No último dia, ela estava indo embora e eu me preparando para o bate e volta a Pisa, antes de partir para Roma.
Eis que ela conta que estava viajando de carro desde a suíça, de onde veio e disse que estava indo a Pisa com mais um amigo, e me chamou pra ir junto, que de lá eu podia pegar o trem direto pra Roma. E nem pensei!
Foi uma viagem muito divertida, nos perdemos, as placas eram péssimas e, pra completar, dificilmente vimos placas indicando a direção para a cidade. Mas haviam VÁRIAS placas com o desenho de uma torre inclinada com setinhas. Italianos não são loucos?
A lembrança desse dia são as nossas fotos com o mesmo casaco da Universidade de Florença.
Rebekka, this post in my blog is dedicated for you and the awesome days we spent in Florença! Those pics of us with the same pullover will be forever in my mind. Thanks for everything!
Poucos dias depois, em Roma, conheci a Amy. Saímos juntas pra bater perna por apenas dois dias e nesses dois dias foram tantas coisas vividas e faladas que a amizade não parou por ali.
Continuamos nos correspondendo pelo Facebook e por email e, em outubro deste ano, resolvi finalmente ir ao peru e conhecer Machu Picchu. Amy é americana mas tem família no Peru, então, nos encontramos em Lima e ali iniciamos uma volta ao Peru, com um pouco de stress, muito perrengue, mas dias incríveis e dos quais não esquecerei jamais.
Amy, if you ever happen to come to my blog, know that I am very happy that I met you and that you joined me in this trip! Almost everything went wrong but almost everything was perfect!!! Miss U girl! :-)
Nataliya foi o caso “à parte”. Sem companhia, tirei o dia para visitar Amalfi, Positano e Ravello, cidadezinhas mínimas na costa Amalfitana, cerca de uma hora de ônibus de Sorrento.
Mal tinha acabado de chegar e ainda tirando as primeiras foto me deparo com ela e mais três amigos que eu tinha certeza de que estavam todos no hostel e eram eles mesmo. Estavam de carro alugado, de passagem ali, indo a Positano e dali para Pompéia, antes de retornarem a Roma.
Búlgaros são Europeus à parte. Converse com eles por 5 minutos e logo logo você vê que à exceção do bronzeado podem ser iguais ou piores que os cariocas: riem alto, fazem amizade fácil e com eles não tem tempo feio.
Mal me conhecendo me meteram de carona no carro, dividiram lanche comigo (e ai de mim se recusasse) e passamos o dia inteiro praticamente juntos, até que me deixaram em Ravello para seguir viagem.
Quando contei a história lá em casa me disseram: LOUCA! Viajando com gente que você mal conhece? E mais uma vez meu sensor não falha. Foi mais um dia agradável, trocamos emails e eis que no meio da viagem ao Peru fico sabendo que uma das meninas, a Nataliya estava vindo ao Brasil num cruzeiro e pedindo informações sobre o que fazer, onde poderia ficar aqui já que passaria alguns dias.
Vocês tinham alguma dúvida de onde ela ia parar?
E mais: arrumou um namorado Italiano no cruzeiro que ainda está aqui no Brasil e desesperado com a volta dela, implorou que ela voltasse, pagou passagem e tudo e advinha o que ela disse?
Mais uma vez Nataliya aqui comigo, até 21 de Janeiro!
Наталия, този стълб съм посвещава на всички мои приятели се запознах при пътуванията им каже колко специални са те и как те се обърнаха ми ден в един прекрасен ден! Аз съм много щастлива, че сте тук!
Espero que Nataliya possa me perdoar pelo péssimo búlgaro, mas em duas semanas de alfabetização no alfabeto cirílico foi o melhor que pude fazer. ;-)
E ano que vem, é nóis na Bulgária! Segundo ela metade do país já sabe da minha existência, o que não deve ser difícil, considerando o tamanho do país.
Sim, mais uma vez fui chamada de louca e mais uma vez não me arrependi, a identificação foi tanta que parece até minha irmã.
Bem é isso.
Eu amo ter companhia, mas viajar é bom de qualquer jeito, seja pela companhia daquele amigo especial, seja pelos novos amigos e a oportunidade de conhecer novas culturas, hábitos e até mesmo novas línguas.
E o melhor: com tantas diferenças descubro a cada viagem que há mais coisas que nos aproximam do que coisas que nos afastam. A língua é só um detalhe, mas língua se aprende.
Meu espanhol e meu italiano que o digam.
Mas o búlgaro, o chinês e o alemão ainda vai levar anos... ;-))