quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Cuzco - impressões


Não é a toa que este é o destino constante da lista de 99% dos turistas que vão ao Peru.

Cuzco foi a capital do antigo império Inca, subjugado pelos espanhóis.

O que se vê ali é uma grande mistura de arquitetura inca e espanhola, habitada por uma população que se não for 100% indígena o é em grande parte, seguida por mestiços pois, brancos praticamente não vi, salvo os espanhóis.

É uma adorável cidade, mas de grandes contrastes: muita, muita pobreza de um lado, mas um povo que prima pela educação. Mas não tanto pela saúde e higiene, a não ser quando falamos dos turistas.

Praticamente não me recordo de ter visto pedintes, mas todos tentam te vender alguma coisa, alguns imploram. Até para posar em fotos com você eles cobram e se você tira uma foto desavisadamente eles correm furiosamente atrás de você pedindo “propina”.


Como não tem jeito e você vai querer tirar fotos, minha dica é: tenha sempre dinheiro trocado, várias moedas de UM sol. Pois se vc só tiver de cinco eles não vão querer te dar troco mesmo...

Dói ver gente tão maltratada, submissa. As crianças são lindas e fofas. Triste ver os pequenos com a pela do rosto, mãos e lábios com rachaduras causadas pelo frio, muitas vezes com sangue. Dentes podres. É muito chocante. Não se compara com o que eu já vi aqui no Brasil, pelo menos no Rio de Janeiro. Muita vontade de trazer uma pra casa.

Por outro lado há MUITA gente aproveitadora.

O peru vive em função do turismo e, por isso, eles tentam sempre obter o máximo que puderem do turista. Jogam os preços lá em cima pois muita gente de fora da América Latina, principalmente europeus e americanos não discutem e pagam o primeiro preço que eles pedem – que pode ser até 3 vezes maior que o que você pagaria.

Um gorro de lã típico, daqueles de dupla face, comprei por 8 soles e depois por 7 soles. Vi uma senhora alemã comprar o MESMO gorro por 25 soles. Então, tem que barganhar mesmo.


Até nos pacotes turísticos. NENHUMA agência coloca na porta uma tabela de preços, eles sempre tentam arrancar de você um sole a mais que seja. Chega um ponto que isso enche.

Idem para comida. Vários restaurantes tem cardápios sem preços. Ou os tem com valores altíssimo para pegar os desavisados. Basta dizer que uma sopa custava em torno de 18 soles e eu cansei de pegar Menu Turístico com sopa, prato principal, sobremesa e bebida por 15 soles TUDO.

Comecei a desconfiar disso no exato momento em que cheguei lá.

A despeito da colonização espanhola, prevaleceu fortemente a cultura indígena, seja nos costumes, nas comidas e nas cores. Cuzco é toda colorida! Todos os recuerdos tem cores mil e tudo se reporta à cultura andina e aos animais de sua triologia: O condor, a serpente e o puma. E, é claro, a adorável lhama, sempre presente nas ruas.

É maravilhoso ver uma história tão rica que sobreviveu ao tempo e aos espanhóis.

O Peru é freqüentemente acometido de abalos sísmicos de altíssima intensidade, ocasionando vários desmoronamentos. Curiosamente as estruturas incas continuam preservadas até hoje, sendo visível em alguns pontos que o Espanhol aproveitou as estruturas incas e por cima das mesmas construiu as espanholas, como forma de garantir a estabilidade.

Os incas eram arquitetos formidáveis e detalhe: não tinham língua escrita. Sua história é conhecida pela transmissão de conhecimentos de pai para filho.

Eu recomendo não menos que 5 dias em Cuzco: o dia da chegada para descanso, já que inevitavelmente somos acometidos pelo mal da altitude, um para o city tour, um para o vale sagrado, um para Machu Picchu e um para curtir a cidade.

Para o mal estar acima referido, Mate de Coca, mascar as folhas de Coca ou, ainda, as Pílulas para Sorojchi, à venda na maiorias das farmácias.


Esteja preparado para um lugar ao mesmo tempo fascinante mas que pode te trazer muita dor de cabeça. E não é da altitude.

Ah e uma dica: todo domingo tem parada dos alunos na Plaza de Armas de Cuzco (uma das mais bonitas que já vi) e no primeiro domingo de cada mês tem uma feira ao ar livre, ótima para barganhas.


E a título de curiosidade:

As Plazas de armas, conforme aprendi num city tour em Mendoza, foram concebidas como medida de segurança em caso de terremotos.


Todos os edifícios ao redor destas praças tem gabarito limitado, ou seja, não pode haver construção acima de um certo número de pavimentos, dois ou três se não me recordo, tendo as ruas ao redor das plazas de armas uma largura pré-definida de forma que, em caso de terremoto, se os prédios desabarem os mesmos não atingiriam as mesmas, que seriam o ponto de encontro da população, seguro.

Ah sim

1) O melhor meio de viajar é voando. PONTO. O segundo Cruz del Sur.


2) TACA é uma excelente Cia aérea. Impressionou.

3) Transfer de hotel ou hostel tem placa. NUNCA diga pra ninguém o nome do lugar para onde você vai, pois eles tentam de qualquer forma levar você pra outro lugar onde ganham comissão, alegando que o lugar reservado é ruim, é podre, ou fica num lugar perigoso...

4) E por último, NUNCA, mas NUNCA dê trela para os motoristas de taxi e nunca vá com ele a lugar algum recomendado. Anote a dica e pesquise. Sempre.

5) Sempre que pesquisar preço de qualquer coisa peça POR ESCRITO.

6) Passagem de ônibus se compra no terminal.

Já já vocês entenderão...

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